sábado, 2 de outubro de 2010

Frente a frente


 Eu poderia simplesmente correr para os seus braços, mas enquanto essa terrível timidez corroía meus sentimentos, me deixando completamente imóvel, eu podia somente pensar nas mil conversas que poderia acontecer e lutando ao máximo para não desistir. Então me aproximei mais um pouco, era impossível controlar as minhas emoções, os pensamentos corriam rapidamente, tropeçando uns nos outros sem ao menos saber aonde ir. Eu não conseguia diminuir o ritmo acelerado do meu coração, era como se a imobilidade não fosse capaz de me acalmar, e o tempo passava, mas quanto tempo ? impossivel dizer. Cinco passos. Quatro passos. Três passos. Dois passos. E agora estávamos frente a frente, eu olhei em seus olhos, parecia que a solidão era um sentimento irreal, e os obstáculos entre nos dois pareciam que por um segundo estavam sendo quebrados, fiquei com medo de perder as palavras totalmente, as palavras diariamente praticadas, mas não foi possível segura-las muito tempo, simplesmente se foram sem deixar lembranças. Em meu corpo acontecia uma batalha, eu tentando me lembrar de como se falava, ao menos para te dizer um "oi", mas nem uma palavra veio, nada veio, nada conseguia sobrepor-se as emoções estranhamente novas na minha experiência, então fiquei parada, me sentindo uma inútil, sabendo que apenas um suspiro bastaria.        

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